POR JULIANA CASTRO / O GLOBO
O empresário Eike Batista, na sede
da Policia Federal - Antonio Scorza / Agência O
Globo/08-02-2017
RIO - O
empresário Eike Batista prepara documentação para um acordo de delação
premiada. Ele deve citar os nomes do ex-presidente Lula, do ex-ministro da
Fazenda Guido Mantega e do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB). A
informação foi divulgada pelo jornal “O Estado de S.Paulo” e confirmada pelo
GLOBO. O acordo é uma negociação que envolve a Procuradoria-Geral da República
(PGR), uma vez que Eike aponta nomes de parlamentares de estados em que ele
mantinha negócios. Caso a delação prospere, sua homologação ficará a cargo do
Supremo Tribunal Federal (STF) por envolver políticos com foro privilegiado.
Eike prestaria depoimento nesta sexta-feira ao juiz Marcelo
Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio e responsável pelo julgamento dos
casos da Lava-Jato no Rio. A audiência, no entanto, foi transferida ontem para
o dia 31 de julho.
Eike foi preso durante a Operação Eficiência, deflagrada em janeiro deste ano, acusado de pagar propina de US$ 16,5 milhões a Cabral. Mas, cumpre prisão domiciliar em sua mansão no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, desde abril, quando se comprometeu a pagar fiança de R$ 52 milhões. A força-tarefa da Lava-Jato no Rio também aponta o pagamento de propina de R$ 1 milhão de Eike a Cabral por meio do escritório de advocacia da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo. O empresário deve falar sobre as duas transações na delação.
Eike foi preso durante a Operação Eficiência, deflagrada em janeiro deste ano, acusado de pagar propina de US$ 16,5 milhões a Cabral. Mas, cumpre prisão domiciliar em sua mansão no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, desde abril, quando se comprometeu a pagar fiança de R$ 52 milhões. A força-tarefa da Lava-Jato no Rio também aponta o pagamento de propina de R$ 1 milhão de Eike a Cabral por meio do escritório de advocacia da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo. O empresário deve falar sobre as duas transações na delação.
O nome de Eike já tinha aparecido em
algumas delações premiadas, como a do operador de propinas do PMDB Fernando
Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, do ex-marqueteiro do PT João Santana
e sua mulher, Mônica Moura. Numa eventual delação, Eike deve falar sobre os
episódios citados.
Baiano afirmou
em depoimento que o grupo OSX, de Eike, tinha interesse no pacote de 28
navios-sonda lançado pela Sete Brasil para construção no país e fornecimento
para a Petrobras. Baiano contou que decidiu buscar a ajuda do pecuarista José
Carlos Bumlai, amigo de Lula com livre acesso ao Planalto, para tentar abrir
portas para a OSX na empresa Sete Brasil, criada pela Petrobras em parceria com
bancos e fundos de pensão federal.
Mônica Moura, mulher do ex-marqueteiro
do PT e também delatora na Lava-Jato, já havia citado Eike. Ela contou que o ex-tesoureiro
do PT João Vaccari a chamou no Instituto Lula e disse que o ex-presidente
estava empenhado para pagar a dívida de campanha do ex-prefeito de São Paulo
Fernando Haddad. Foi, então, que Eike Batista foi colocado no negócio. Mônica
afirma que Guido Mantega foi quem mandou o empresário pagar essa dívida da
campanha de Haddad. Ficou acertado com Flavio Godinho, sócio de Eike, que o
dono do grupo X pagaria R$ 5 milhões no exterior. Godinho também foi preso na
Operação Eficiência, acusado de intermediar o pagamento de propina a Cabral.
Procurada, a defesa de Eike disse que
não vai comentar o assunto.
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